sexta-feira, 4 de novembro de 2016

BARATAS, AGAIN, AGAIN AND AGAIN FOREVER



Pois é gente, chegou a nova temporada da série Baratas, sempre Baratas! E eu já mergulhei de cabeça nela. Com o calor que foi surgindo tímido e chegou a níveis insuportáveis, as baratas apareceram me deixando com os nervos em frangalhos. Não há como superar este problema. Ouvi dizer que tem um psicólogo em Poços de Caldas que faz um trabalho tipo hipnose para programar a mente. Estou seriamente pensando em fazer uma consulta, quem sabe resolvo este problema de pânico com relação às baratas. Tudo de novo. Mesmo filme.
Vamos lá, subo toda tranquila para desligar a internet, acendo a luz e tchan tchan tchan tchan, vejo uma barata avantajada vindo para dentro da salinha. Meu coração dispara, por alguns momentos entro em choque, tipo paralisada. Mas meu instinto de sobrevivência é forte, logo acordo deste pesadelo e digo: é verdade? Aquilo era uma barata? Ah meu Deus, desço correndo, fé em Deus e pé na tábua, deixo as luzes acesas, internet ligada, quem sem importa diante da constatação do terror? Desço às carreiras, não vou acordar o Motta, não, hoje não, coitado, deixa ele dormir. Amanhã a gente começa a colocar SBP em todos os cantinhos. Não acredito que vou passar por isso de novo.
No dia seguinte relato para meu marido todos os detalhes sórdidos da noite anterior. Ele balança a cabeça, desanimado com este meu terror de baratas. Já nem vem mais com aquele papo: olha seu tamanho e o tamanho da barata! Já desistiu. Pela tardinha coloco o veneno em todos os lugares. Tudo me assombra, um barulhinho de nada, uma sombra de qualquer coisa que se transforma numa barata horrenda. Bato a mão nos cabelos e grito. Estou louca, histérica total. Acreditem ou não, sonhei com a barata, aquela marrom escura horrorosa andando, onde? Acordo. Percebo que ainda não amanheceu, é tão cedo! Será que foi sonho ou ela andava pelo quarto? Quem neste mundo de Deus sonha com baratas? Só eu.
Ao contar para minha irmã, ela se lembra de um fato de nossa infância ainda em Pedralva. Era tempo antigo, as baratas reinavam a bel prazer por todos os cantos. Para matá-las era uma verdadeira luta corpo a corpo. Dormíamos com a cabeça coberta pelo lençol ouvindo o farfalhar de asas das folgadas. Minha mãe comprou, ganhou, sei lá, um antigo matador de baratas, um SBP versão década de 60 e foi fazer o teste. Jogou embaixo da escada de madeira que conduzia ao andar superior. Nem bem espirrou, acabou o veneno. Desapontada, deixou pra lá. No dia seguinte, ao varrer a sala, eis que encontra dezenas de baratas mortas debaixo da escada. Encantada, ela diz: o futuro chegou! Embora não tivesse medo das baratas, era maravilhoso saber que com um borrifar daquele estranho e maravilhoso fluido, as baratas eram dizimadas!
Bem, voltando ao presente. Nosso SBP também funcionou, tem funcionado para a cobertura. Diariamente, encontramos baratas mortas e outras já a morrer. Eu não cuido deste assunto. Nem varrer consigo, nem jogar no lixo. Nada. Não suporto, simplesmente. Ontem à noite, quando já me preparava para dormir, ao entrar na sala, deparo-me com uma horrorosa de uma barata caminhando cambaleante, com sinais de envenenamento, mas mesmo assim sou invadida pelo pânico, vem o choque, fico paralisada. Acordo. E trato de ir acordar meu marido. Como foi bom ter casado! Ele se levanta com cara de quem não sabe onde está, já estou com seu chinelo na mão para ele ir matar a barata. Ele ainda não se localizou, quer calçar o outro pé do chinelo, e eu digo: não, vai lá logo, meu filho, ela vai sumir e eu não durmo enquanto não estiver morta.
A barata sumiu. Fico arrasada. Dou a volta pela sala, com muito cuidado. Num acesso de coragem inusitada, acendo a luz e a vejo. Ela, totalmente paralisada de frente para a quina da parede. Grito: Mottaaaa, aqui! Ele mata, joga no lixo, vai lavar as mãos, e eu agradeço e digo: você viu? Ela estava meio abobada! Ao que ele me diz: abobado estou eu. E volta para a cama. Tudo de novo. Quem não tem medo de baratas?            

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