sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

THOREAU





 


Estive lendo sobre Henry Thoreau e acabei achando o cara genial. Tudo começou com uma mensagem que recebi de minha prima Lígia que também é uma pessoa genial, uma filósofa.  Com uma sensibilidade ímpar esta prima tem me ensinado, melhor dizendo, tem me presenteado com muitas coisas preciosas. Ela me enviou uma foto que tirou de sua janela, uma foto deslumbrante com muito verde. E me relatou que ao se deparar pela manhã com aquela vista cotidiana lembrou-se de Thoreau. Na verdade nada era novo. A vista está lá todos os dias, as árvores que se deixam balançar pelo vento, e que recebem agradecidas a chuva que cai do céu. Mas há dias que alguma porta dentro de nós se abre e nós percebemos a beleza da natureza e ficamos estupefatos. Deveríamos nos surpreender todos os dias, mas geralmente isso não acontece. Desgraçadamente somos corrompidos pelas coisas mundanas e deixamos de perceber que a beleza está por aí, de graça, ao alcance de nossas mãos ou de nossos olhos, posto que já sabemos que a luz verdadeira e a mais exata está dentro de nós.  
Voltemos ao Thoreau. Nasceu no início do século XIX, foi escritor, ensaísta, ativista, ecologista nato num tempo em que esta palavra não era usada, tampouco se cogitava sobre o desgaste do planeta. Adepto de uma vida simples e natural, ele dizia: “Nunca teremos contemplado suficientemente a natureza.” Certamente que uma vida é muito curta, algumas curtíssimas, para contemplar tanta beleza. Mas o que de fato precisamos não é de quantidade de vida. Deus sabia o que fazia quando nos deu esta vida rápida, cada um com a sua para fazer o que lhe aprouver neste curto tempo de algumas décadas. Entretanto, tudo será inútil se não aprendermos a afinar nossos sentimentos, a crescer por dentro, a aprender a demorar um pouco mais o olhar para a natureza que é a nossa verdadeira casa. Perceber a riqueza que nos cerca pode desenvolver em nós uma boa cota de humanidade, pode nos tornar pessoas melhores, capazes de sobreviver aos momentos difíceis a que todos estamos sujeitos neste mundo caótico, cruel e belo.

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