Estive
lendo sobre Henry Thoreau e acabei achando o cara genial. Tudo começou com uma
mensagem que recebi de minha prima Lígia que também é uma pessoa genial, uma
filósofa. Com uma sensibilidade ímpar
esta prima tem me ensinado, melhor dizendo, tem me presenteado com muitas
coisas preciosas. Ela me enviou uma foto que tirou de sua janela, uma foto
deslumbrante com muito verde. E me relatou que ao se deparar pela manhã com
aquela vista cotidiana lembrou-se de Thoreau. Na verdade nada era novo. A vista
está lá todos os dias, as árvores que se deixam balançar pelo vento, e que
recebem agradecidas a chuva que cai do céu. Mas há dias que alguma porta dentro
de nós se abre e nós percebemos a beleza da natureza e ficamos estupefatos.
Deveríamos nos surpreender todos os dias, mas geralmente isso não acontece.
Desgraçadamente somos corrompidos pelas coisas mundanas e deixamos de perceber
que a beleza está por aí, de graça, ao alcance de nossas mãos ou de nossos
olhos, posto que já sabemos que a luz verdadeira e a mais exata está dentro de
nós.
Voltemos
ao Thoreau. Nasceu no início do século XIX, foi escritor, ensaísta, ativista,
ecologista nato num tempo em que esta palavra não era usada, tampouco se
cogitava sobre o desgaste do planeta. Adepto de uma vida simples e natural, ele
dizia: “Nunca teremos contemplado suficientemente a natureza.” Certamente que
uma vida é muito curta, algumas curtíssimas, para contemplar tanta beleza. Mas o
que de fato precisamos não é de quantidade de vida. Deus sabia o que fazia
quando nos deu esta vida rápida, cada um com a sua para fazer o que lhe
aprouver neste curto tempo de algumas décadas. Entretanto, tudo será inútil se
não aprendermos a afinar nossos sentimentos, a crescer por dentro, a aprender a
demorar um pouco mais o olhar para a natureza que é a nossa verdadeira casa.
Perceber a riqueza que nos cerca pode desenvolver em nós uma boa cota de
humanidade, pode nos tornar pessoas melhores, capazes de sobreviver aos
momentos difíceis a que todos estamos sujeitos neste mundo caótico, cruel e
belo.
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