sábado, 14 de outubro de 2017

SONHO PERDIDO



SONHO PERDIDO

Misa Ferreira



Acordei. O que sonhei? Não sei.
Dormi. Sonhos vivi. Já me esqueci.
Mas, e os sonhos reais, aqueles ideais? Onde estão?
Não sei. Dizem que talvez no coração.
Quando menina, meu sonho era ser bailarina,
Já mocinha, queria ser uma rainha.
Jovem, tanto quis ser atriz.
Não fui uma nem outra.
Pela vida segui. Sofri. Vivi.
Não vi passarem noites e dias, apenas tardes baldias.
Passou o tempo, apressado e lento, invisível como o vento.
Restaram-me doces e amargas lembranças,
Sonhos pueris de crianças.
Mas depois de tantas andanças,
Eis-me aqui de novo a sonhar e a me perguntar:
Onde está o seu sonho?
Respondo com um quê de tristonho:
Meu sonho passou e me acenou.
Não o vi. Eu o perdi.
Desde então vivo só,
No coração sem sonhos, apenas um triste nó.
Vou vivendo, sofrendo.
Tão inquieta e tão incompleta.
Mas ...  com alma tão dileta,
Só me restou um sonho: ser poeta.


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